Muitas leituras sobre a MP dos
portos. Duas, para não alongar. A primeira seria aos idealistas de esquerda
quanto à entrega para a iniciativa privada da comercialização e exploração do
setor. O vertiginoso crescimento da produção brasileira exigia uma organização
nessa área. O marco regulatório, mesmo com as concessões privadas, foi a melhor
alternativa real. Num futuro governo do PSDB seria bem pior, pois privatizaria
tudo (doaria) sem regras. A segunda lição é sobre a composição do nosso
Congresso atual. O PT e seus aliados de esquerda não chegam a um quinto dos
congressistas, mesmo assim historicamente divididos. O Congresso é dividido em,
pelo menos, três correntes: governo com aliados e “aliados”; individualistas,
oportunistas e descontentes; oposição. Uma reforma política que valorize e
prestigie os partidos políticos, reduzindo o “cada um por si”, encontra feroz
resistência ideológica da direita e seu principal suporte, a grande mídia.
Apostam nessa confusão e guerra que foi a MP dos portos para poder levar
vantagem. Ao PT e aliados ideológicos resta uma única saída: ampliar sua base,
priorizando a eleição do Congresso e logicamente da presidente da República.