Bolsonaro sempre deixou claro que a ditadura de 64 não havia completado
seu serviço. Deixou de matar uns 30 mil comunistas. Implantar uma ditadura é ideia
fixa. O acompanha alguns saudosistas. Os neoliberais golpearam a democracia e
elegeram a ultradireita, imaginando ter o controle e seus interesses econômicos
garantidos com Paulo Guedes, mas estão assistindo que ninguém barra seu plano
autoritário. Entra em cena o Covid-19 e o quadro político sofre grande
transformação. O inimigo muda, menos para Bolsonaro que só vê 2022 e se opõem a
todos que atravessem seu caminho, inclusive o vírus. Como estratégia apela para
a crise da economia, investe pesado nas empresas e contraria medidas da ciência
e da saúde no combate à pandemia. Pode ser seu atestado de óbito político, na
medida que as mortes cheguem. Provavelmente cai e assume Mourão, sem a legitimidade
do voto, com milhares de mortes no colo e grave crise de recessão econômica. A
oposição com pouco protagonismo até então nessa mudança tem espaço,
principalmente Lula e sua experiência de gestão bem sucedida.
10 de abril de 2020
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