10 de abril de 2020

CONJUNTURA

Bolsonaro sempre deixou claro que a ditadura de 64 não havia completado seu serviço. Deixou de matar uns 30 mil comunistas. Implantar uma ditadura é ideia fixa. O acompanha alguns saudosistas. Os neoliberais golpearam a democracia e elegeram a ultradireita, imaginando ter o controle e seus interesses econômicos garantidos com Paulo Guedes, mas estão assistindo que ninguém barra seu plano autoritário. Entra em cena o Covid-19 e o quadro político sofre grande transformação. O inimigo muda, menos para Bolsonaro que só vê 2022 e se opõem a todos que atravessem seu caminho, inclusive o vírus. Como estratégia apela para a crise da economia, investe pesado nas empresas e contraria medidas da ciência e da saúde no combate à pandemia. Pode ser seu atestado de óbito político, na medida que as mortes cheguem. Provavelmente cai e assume Mourão, sem a legitimidade do voto, com milhares de mortes no colo e grave crise de recessão econômica. A oposição com pouco protagonismo até então nessa mudança tem espaço, principalmente Lula e sua experiência de gestão bem sucedida.