E agora, José? Esse sentimento expresso no poema de Carlos Drummond,
1942, de solidão, abandono, falta de esperança, perdido e sem saber o caminho
foi a herança que restou à população deixada pela classe dominante (ricos e
bilionários), agravada após 2016. Sobrou para o STF a responsabilidade de
resgatar desmandos e ambições das elites dominantes, seu noivado e casamento
com a barbárie autoritária. A mistura entre Estado e governo usada para
combater a esquerda, legitimamente constituída no poder, precisa ser novamente
acionada, dessa vez, para combater o neofascismo, do autoritarismo e do ódio.
Direita neoliberal e ultradireita numa guerra de narrativas indefinidas. As
duas mantendo "joelho no pescoço" do Estado de Direito, dessa vez,
com um inimigo, um exército invisível, poderoso, não de vivos, mas cadáveres,
avançando.
17 de junho de 2020
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