29 de setembro de 2018

FILME "UMA NOITE DE 12 ANOS"

Quem puder ver o filme “Um noite de 12 anos”, uruguaio/argentino/espanhol, não deve perder. Narra uma parte da história da ditadura militar do Uruguai, sua violência, sua barbárie. Um processo de selvageria que se repetiu em outros países, como Brasil, Argentina, Chile, na América do Sul. A lição é o ódio de classe contra os que queriam de volta à democracia e a justiça. Torturavam e matavam seus líderes, acusando-os de comunistas. Hoje, no Brasil, esse ódio de classe permanece. Não há como acusar de comunistas, mas sempre arranjam uma justificativa, como de corruptos ou terroristas. Outra diferença é o inimigo ameaçador que vinha de fora (o comunismo), hoje, o inimigo é interno (o pobre, o negro, o favelado). Como irão proceder? Prendem suas lideranças e executam pobres e negros como bandidos e traficantes, mas são milhões.

A VEZ DO CONGRESSO

As pesquisas indicam que o risco maior do fascismo, racismo, machismo, autoritarismo e xenofobia ganhar perde terreno. Mas isso não significa que o Brasil está livre de outro golpe, se os parlamentares eleitos pelo Congresso forem comprados por grupos financeiros novamente. Um presidente progressista com um Congresso reacionário e venal, como os grupos da bala, do boi e da bíblia hegemônicos, a espada sobre a cabeça de todos os brasileiros vai continuar, além de desmoralizar mais uma vez a democracia, gerando consequência psicológica, violência com a perda de referências. O PT e aliados deviam fazer um chamado à população para que votem nos candidatos progressistas, independente de quem ganhar a eleição.

QUEM CRIOU O MONSTRO?

Bolsonaro não é Bolsonaro sozinho. É resultado, acima de tudo, da intolerância contra o PT que as elites e suas ramificações na classe média assumiram. Afinal, o que representa o PT de tão pernicioso e nocivo à esses intolerantes? Absolutamente nada de grave. Distribuiu um pouco da renda, sem tirar do novos e atuais ricos, daqueles que detém menos de 1% da riqueza nacional. Não desrespeitou a Constituição, que podia ter alterado de forma democrática enquanto no poder. Se houve erro no PT, foi pela esquerda, de não ter partido para cima da reação, que agora ameaça à democracia. Esse é o desafio do Brasil e do mundo atual: até onde vai haver possibilidade de conciliação com esses monstros que avançam contra a maioria da sociedade?