Numa roda de pessoas moradoras num determinado
bairro do Rio de Janeiro, é inevitável, surge o debate sobre a tragédia de
Santa Maria (RS). Mas a surpresa é o rumo da discussão e sua unanimidade: a
exploração da mídia sobre a desgraça. Todos os canais abertos martelando 24
horas sobre o mesmo assunto. Como se dá a exploração? Mostrando a tristeza e o
desespero dos familiares, contando a história de cada um dos 231 mortos,
relembrando outras tragédias do passado, etc. Esses fatos existem? É claro que
existem, mas tudo tem limites. Naturalmente que numa situação como essa não
falta assunto e tristeza, mas será correto ultrapassar esse limite e explorar a
morbidez? Pois é o que a nossa mídia incompetente e de péssima qualidade faz.
Quem não tem TV paga vai ser obrigada a aturar essa exploração e hipocrisia por
muito tempo. Chamam essa exploração de liberdade de imprensa. Se houvesse uma
pesquisa consultando a opinião pública sobre a cobertura dessa tragédia e como
a mídia brasileira também trata outros crimes e a violência no Brasil e, até,
em outros países, provavelmente a condenação prevaleceria.
29 de janeiro de 2013
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