14 de outubro de 2008

CORRUPÇÃO

É difícil prever o rumo de uma CPI. Projetou-se no processo Collor e anões do orçamento. Cometeu injustiça com o deputado Ibsen Pinheiro alijado da vida pública. Nesse momento, a bola da vez é o deputado José Dirceu. Culpado! Já setenciou a oposição. O ônus de provar inocência é do acusado. Se não sabia do mensalão devia saber. No processo político o legal é secundário, setenciam. Diz o corolário: a condenação de um inocente não vale a absolvição de 100 culpados. Após esse processo as CPIs não serão mais as mesmas, condenado ou absolvendo.
Publicado no JB Online em 9/10/05

PÉSSIMO EXEMPLO DE DEMOCRACIA

A elite brasileira tem os Estados Unidos como modelo de democracia. A indicação de um presidente vitalício para a Suprema Corte, por exemplo, é democrático? Por ser jovem e não haver limite de idade, tal representante pode permanecer por três ou quatro décadas. Péssimo exemplo. A Suprema Corte é uma espécie de Banco Central independente na questão da moral e dos bons costumes. Sendo ultraconservador, como foi o caso, fica determinado que nada muda nesse período. A burguesia pode ficar tranquila.
Publicado no Jornal O Dia (RJ) em 8/10/05

DESAFIOS DO MILÊNIO

O mundo da globalização e da pós-modernidade exige muita reflexão dos formadores de opinião. A luta ideológica do século passado confundiu e dividiu conceitos liberais, filosóficos, políticos e econômicos. Essa etapa está superada. A nova ordem questiona a democracia direta, os partidos políticos e o Estado. O conceito de público é genérico. A estratégia é responsabilizar o indivíduo pelo seu destino. Desemprego, exclusão social é de sua responsabilidade. Só o destino e o divino podem ajudar.
Publicado no Diário da Manhã e Portal da Cidadania Embraer em 22/11/05

FRANÇA

A rebelião na França é significativa por ocorrer num país do primeiro mundo. Na África, Ásia ou América do Sul não teria a mesma repercussão e importância. O origem dos distúrbios não é segredo: desemprego. Sua causa: o capitalismo da superacumulação. A solução, também, é notória: redistribuir renda. Mas, é preciso combinar com o capital.
Publicado no JB Online em 17/11/05

Chapéu Radicalismo

A declaração do senador, Jorge Bornhausen, sobre o governo Lula: "Fazer com que essa raça suma do mapa por 30 anos", é uma faca de dois gumes. A opinião pública, mesmo muito manipulada, faz suas reflexões. O radicalismo raivoso da oposição não ajuda o Brasil. O que se espera de uma oposição democrática é ajudar o Brasil a vencer suas dificuldades. Reduzir a concentração de rendas, o desemprego e a exclusão social deve ser o rumo. Perder essa ótica é desviar o norte.
Publicado no JB Online em 14/11/05

GOVERNO LULA

A fúria que a oposição investe ao governo Lula é uma reminiscência da UDN nas décadas de 50 e 60. Getúlio e, posteriormente, Juscelino sofreram todo tipo de ataques e acusações covardes com fins golpistas. Vivia-se o clima da guerra fria, da luta ideológica. A acusação era sempre de pacto com comunistas. Essa escalada culminou com o golpe de 64. Derrotaram a democracia. O PFL e, parcela, do PSDB adotam essa rota. Uma disputa eleitoral, desleal e odiosa que não ajuda o Brasil. Aliás, nunca ajudou.
Publicado no JB Online em 5/11/05

INCÊNDIO NO INSS

R$ 98 bilhões é a dívida dos grandes devedores e sonegadores destruida no incêndio do INSS. Um valor astronômico. Para ter uma idéia, calcula-se em R$ 28 bilhões o montante necessário para resolver a crise habitacional no Rio de janeiro. O valor destruído cobriria todo déficit habitacional do país. É inadmissível supor ausência de crime ou sabotagem neste incêndio.
Publicado no JB Online em 29/12/05

LULA

Há surrealismo e hipocrisia nos críticos da política econômica do governo. Lula foi derrotado três vezes com uma forte oposição alegando que ele não cumpriria os contratos e que a moratória viria. Pois bem, está cumprindo contratos, liquidando a dívida e dispensado o FMI. Agora, dizem os críticos: "Não é possível trabalharmos apenas para pagar dívida. Um esforço fiscal imenso prejudicando o investimento". Cínicos. O que querem? Lula não foi o responsável pela dívida. Foram eles.
Publicado no JB Online em 26/12/05 e no SBC Notícias da Imprensa em 29/12/05

GLOBALIZAÇÃO

A globalização é uma via sem retorno. Seu fortalecimento coincide com o fim do socialismo europeu, o avanço da tecnolgia da informação, da comunicação e a reestruturação do capitalismo (neoliberalismo). Hegemonia absoluta. Uma ameaça à humanidade. Exclusão social de mãos dadas com o desemprego atinge países pobres e ricos. A imigração é o retrato da humilhação e do desespero. A indagação é: qual o limite?
Publicado no JB Online em 23/12/05