4 de janeiro de 2020

UM ESTUPRO

Um estupro, esse o sentimento que deve estar vivenciando o povo iraniano com o assassinato de sua maior referência nacional de homem e patriota. Por analogia, é como se homens jovens e fortes invadissem sua casa e estuprasse mulher ou filha. É uma dor incalculável que, por mais risco que corra, é preciso reagir ou será um "morto vivo". Essa provocação do governo Trump, não apenas dele, mas de um establisment, espelha a nova ordem que o capitalismo no seu extremo liberal precisa para se firmar. A truculência decorre do medo. O mesmo acontece no Brasil de Bolsonaro. Um perigo, uma ameaça para 200 milhões de brasileiros, mas permitido por todos, por razões diversas. Está difícil prever uma nova ordem, uma narrativa, imaginar saída, nessa etapa de contradições sociais e climáticas da sobrevivência da vida no planeta, sem a punição radical de responsáveis poderosos.