6 de janeiro de 2019

O PT NÃO PODE DELEGAR

O Brasil possui uma situação bem peculiar na política: toda direita, ultradireita e setores alinhados às elites colocaram o PT e Lula como seus inimigos principais. Essa eleição foi isso.  Qual o programa dessa direita? Perseguir negros, pobres, mulheres, índios, gays, sindicalistas e movimentos sociais, desmontar o Estado social e entregar suas riquezas. Para vencer a eleição e impor esse programa tiveram de golpear a democracia, perseguir e prender seus líderes. Se esquerda é defender esse patrimônio o PT deve assumir esse campo, assim como, a direita assume o contrário. Não é hora de recuar e correr o risco de trair os 30 milhões de votos que confiaram no PT e no seu programa. Jamais delegar para qualquer outra força essa responsabilidade. É hora de politicamente o PT dar uma aula gigante para esses 30 milhões de eleitores e mostrar para a população o que é ser direita e esquerda e o que cada um propõem.

CAI A AUTODETERMINAÇÃO DOS PVOS

Com a pressão do Grupo de Lima contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cai mais uma barreira para o avanço da ideologia da ultradireita no mundo: a autodeterminação dos povos. A pressão política e econômica contra a Venezuela se dá internamente pelo fim da soberania do voto, pelo boicote econômico das empresas privadas e, externamente, pela derrubada das garantias da autodeterminação dos povos. Essa transgressão e subversão de valores se radicaliza, após a eleição fraudada de fake news de Trump nos EUA e de Bolsonaro, no Brasil. É tão contraditória, acintosa, absurda e autoritária a medida que nenhum argumento legal, constitucional e real tem força para impedi-la. Nesse momento, o mundo caminha para uma terra de ninguém, mas não se deve perder a esperança, pois as contradições e sua fatura,  em breve, se voltarão contra países que as defendem. A história sempre evolui.
 

ATÉ BREVE, TEREZ\A CRUVINEL

Foi com enorme pesar que o leitor do JB tomou conhecimento do afastamento de Tereza Cruvinel da coluna “Coisas da Política”. Pelo conteúdo crítico de suas mensagens ao novo governo, é difícil não imaginar pressões políticas. Durante a ditadura militar as redações dos jornais eram muitas vezes dirigidas pelo pessoal da esquerda. Os donos recebiam pressões, alguns resistiam, outros não. Há uma mudança radical na economia e na política mundial. Uma brutal concentração da renda. A grande mídia brasileira foi tomada por essa peste fatal. A voz única desses veículos (no Brasil seis famílias), compete em reacionarismo, defende interesses  escusos do mercado financeiro e dos EUA e se aliou a ultradireita, como única alternativa de derrotar o PT. Sem dúvida, Tereza Cruvinel vai fazer muita falta à democracia, à justiça ausentes nesses veículos.