1 de agosto de 2020

UMA LEITURA SOBRE O PT

É importante nesse grave momento de tragédia nacional entender melhor o papel histórico do PT, sem vacilação e preconceitos. A partir de 1946 três forças políticas e partidárias foram formadas: PSD, UDN, PTB. Todas tendo no retrovisor o periodo 1930/45, a "revolução industrial" à brasileira. PSD conservador pragmático, UDN conservador antitrabalhista e PTB defensor da CLT. Essas três forças permanecem até hoje, com muitas mudanças, contradições, se realinhando e se reagrupando. Na ditadura se agruparam em duas forças impostas: Arena e MDB. O pós-64 gerou nova arrumação: PSD, PMDB, PT (a direita capturou o PTB, que formou o PDT com Brizola). A grande novidade do pós-ditadura é a origem e formação histórica do PT. Surge dentro do maior movimento de massas da nossa história, com participação de movimentos de base de todos os segmentos sociais, forte presença operária metalúrgica, apoio da intelectualidade e movimento estudantil. De lá para cá, faz a diferença com seu protagonismo político. Insistiu quatro vezes na competição para presidência da República (fato inédito na história mundial), vence e governa o país por quatro mandatos. Venceria novamente não fosse o golpe da direita conservadora. Nesse periodo vem sofrendo gigantesca pressão, perseguição política, tentativa de sedução e armadilha por conservadores, agremiações pequeno-burguesas (proposital ou ingenuamente), de centro- esquerda e direita, para ceder e se submeter eleitoral (politica) e economicamente. Graças a sua base, estrutura, formação operária e a liderança forte de Lula, resistiu e representa a única esperança popular viável eleitoral e historicamente no campo progressista. Mas cada momento é um momento carregado de contradições. O Brasil vive uma das piores tragédias anunciada de sua história. Os conservadores uniram todas as suas forças (escravista agrária, produtiva industrial, financeira e bancária, neofascista de Plínio Salgado, antipatriótica ligada aos EUA, seu suporte recista de supremacia branca da classe média) para enfrentar o PT. Surgem FRENTES e alguns movimentos, com conteúdos vazios de solução para a crise, Lula, recua e estabelece condições mínimas para unir forças:"ficar clara a proposta para salvar o trabalhador da fome, morte, desemprego e perdas, combater a desigualdade social, tirar o neofascismo do poder, Bolsonaro. Em que pese toda campanha de manipulação midiática, recursos e união dos conservadores para desmoralizar e derrotar o PT, este continua forte pela honestidade, falta de provas aos seus crimes, coerência e gestão na presidência, com aprovação de 86%. Por seu histórico e expressão política cabe, sem dúvida, ao PT tomar a iniciativa no campo popular de buscar uma coalisão, partidária e de líderes, no campo progressista, com clareza de quem representa o inimigo principal, para propor um programa mínimo na defesa e retomada imediata do Estado de Direito, da preservação do Estado do Bem-Estar Social e uma renda básica para para os milhões trabalhadores sustentável aos efeitos da crise da pandemia na saúde e na renda.