O mundo enfrenta uma guerra contra um inimigo ainda desconhecido. Sua
arma principal é um vírus arremessado pelo ar que atinge o soldado, o deixa
fragilizado e o leva a óbito. Dado o desconhecimento do vírus todos os
comandantes ordenam evacuação e recolhimento em suas residências para evitar
contágio. No Brasil, o comandante supremo, o presidente da República, resolveu
inovar. Manda o exército enfrentar o inimigo desarmado. Retira os víveres dos
soldados e diz que se não enfrentar o inimigo morre de fome. Não há saída, é
morrer ou morrer. Certamente um sentimento de medo e horror cresce na população,
principalmente a mais fragilizada. O medo é o limite. Com ele nada mais a
temer, tanto das armas, quanto do autoritarismo ou da repressão. Nesse quadro
de desvario acumulado por anos de insensatez da elite brasileira, crescem as
manifestações não mais das ruas, mas dos cemitérios e valas comuns.
1 de maio de 2020
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