CAPITAL POLÍTICO

Capital político é o tempo que o governo Lula tem de aceitação e reconhecimento do seu eleitor. Não existe prazo certo. Nesse período de governo, Lula teve ameaça de golpe, tragédia Ianomâmi, temporal em SP e agiu com firmeza, mas seu foco é a economia (combate à fome, desemprego, crescimento econômico). Os olheiros de sempre (meios de comunicação) e mercado financeiro não votaram em Lula. Quem elegeu Lula foi o trabalhador mais pobre. Juros altos é inimigo central no seu programa. Não perder o foco. Essa preocupação deve ser de Lula, mas também de seus nomeados, principalmente fazenda e meio ambiente voltada para a economia. O adversário colocou e coloca muitas armadilhas, Lula não tem muito tempo precisa agir rápido nos ajustes, não esquecendo da COMUNICAÇÃO DIRETA com seu eleitor. 

PAZ OU FOME?

O mais grave numa guerra é a versão, usina de mentira e desinformação. O império norte-americano detém o monopólio da mídia ocidental, voz e versão única. Não há surpresa, foi assim no passado nas guerras da Coréia, Vietnã, Camboja, Laos, Afeganistão, Líbia, Síria, Iraque. Milhares de mortos, feridos, destruição, crise na economia global, imigração e fome, únicas heranças. NÃO HÁ GUERRA DO BEM. Fome e guerra são irmãs siamesas. Moral da história: Lula travou e trava uma luta no Brasil contra a fome, tenta levar essa bandeira ao mundo. Com guerra é impossível. Bilhões de dólares usados em armas, retirados da produção e alimentos. Rússia e Ucrânia são produtores de grãos, petróleo, fertilizantes, mais grave, Rússia é potência nuclear jamais aceitará ameaça ao seu povo. O planeta corre riscos. É PAZ ou o FIM. Antonio Negrão de Sá

A CONTRADIÇÃO DA COALIZÃO

Em sua longa experiência de governo, Lula, tentará se equilibrar nas contradições de um governo de coligação ou coalizão, que é quando diversos partidos controlam o Congresso, mas nenhum adquire maioria. Uma deformação no “democratismo” da Constituição de 88, que deixa livre a criação de partidos. Está formado um imbróglio Constitucional, onde nenhum presidente vem conseguindo governar, desde então. Nesse período, dois impeachment e a preocupação central do presidente eleito, principalmente de esquerda ou centro-esquerda, como é o caso de Lula. Moral da história: Lula, ao contrário de Bolsonaro, tem programa social para chegar a maioria da população. A elite, uma minoria, tentará barrar. A contradição principal, nesse caso, é que sem a máquina do estado parlamentar da elite dificilmente consegue se reeleger. 

MUITA HIPOCRISIA

Uma parcela consciente, infelizmente minoritária na sociedade brasileira questiona “Por que Bolsonaro, com tantos crimes explícitos, continua sem ser condenado”? “Por que crimes graves continuam banalizados e investigados sob sigilo?” Bolsonaro é ARQUIVO VIVO do grande capital reacionário e conservador que o elegeu presidente da República, para impedir o avanço do petismo. O mesmo argumento usado no século passado no combate ao comunismo, que permitiu o surgimento do nazifascismo e guerra fria.  Há envolvimento do grande capital, grande mídia, justiça, aparelho repressivo. Esse é o imbróglio envolvendo a classe dominante brasileira (bilionários), desde a vitória milagrosa, inesperada do Lula, do PT, da oposição de centro-esquerda e do VOTO pobre em 2022. Muita hipocrisia e representação está por vir. 

A CONTA CHEGOU

Diz o ditado “O tiro saiu pela culatra”. Independência do Banco Central, adoção de juros estratosféricos (13,75%) buscando inviabilizar o governo Lula na economia, impedir crescimento do PIB está levando grandes empresas varejistas a insolvência. A indústria a caminho. Tudo, por estupidez do mercado financeiro (banqueiros e rentistas) que só olha para o umbigo. Moral da história: a experiência bolsonarista de gestão pública e privada deixa um rastro de destruição e crimes em todas as áreas. A eleição de Lula pelos mais pobres, não pela elite, salva o país. Lula está à cavaleiro. Impede golpe, enquadra forças armadas, expulsa garimpeiros, inicia retomada do crescimento, assume liderança internacional, defende a paz e denuncia insensibilidade social do mercado. Só precisa não deixar a COMUNICAÇÃO nas mãos da desinformação e fake news. 

QUEM É QUEM EM 2023?

Muita hipocrisia, farsa e fake news no combate à soberania do VOTO popular de 2022 e contra a governabilidade do Lula em 2023. Para início de conversa, governo Bolsonaro foi ILEGÍTIMO. Fruto de golpe em 2016, prisão ilegal de Lula em 2018.  Toda a política de destruição, tentativa de golpe, corrupção e genocídio entre 2018 e 2022 teve aval do mercado financeiro e grande mídia capturada. INDEPENDÊNCIA de Banco Central inexiste na democracia, pois seria um QUARTO PODER sem voto, sem compromisso com metas, como ocorre agora. AUTONOMIA está vinculado ao VOTO comprometida com metas. RENTISTA e INVESTIDOR tem objetivos diferentes. Rentista vive de RENDA de papéis, é pessoal, sem compromisso com social. Investidor é coletivo, precisa de empréstimo, se arrisca, investe na produção. Juros altos o atinge.

JUROS ALTOS DO BC

Em 2023 Lula amadureceu, sua missão está clara: incluir o povo trabalhador no orçamento, ou seja, INCLUSÃO SOCIAL com nova política econômica priorizando quem o elegeu, o trabalhador pobre. Mas para isso precisa combinar com o Banco Central (BC) que se tornou independente da soberania do VOTO dado a Lula e diz ter objetivos de controlar inflação, dar estabilidade financeira, garantir pleno emprego, mas se inviabiliza ao manter a mais alta taxa de juros do planeta (13,75%). O presidente do BC não é independente (bolsonarista), indicado pelo mercado financeiro (1%). Com juros elevado a prioridade vai para a especulação de papéis, abandona a indústria (produção de bens), serviços, reduz salários, desemprega. Lula precisa esclarecer em rede nacional o significado de juros altos, do contrário, irá a desinformação da mídia corporativa. 

ENCONTRO LULA E BIDEN

No encontro entre Lula (Brasil) e Biden (EUA), dia 10/2 (sábado) a diplomacia ainda não revelou todo o conteúdo, mas Lula após o encontro deu algumas “dicas” que permite extrair hipóteses. Primeira, como enfrentar a ameaça de GENOCÍDIO com o surgimento da ultradireita (trumpismo, bolsonarismo) usando novas tecnologias e fake news nas redes sociais não REGULADAS. Segunda, a vida no Planeta, caso permaneça o impasse e omissão no controle da destruição do meio ambiente e florestas (Amazônia e outras). Terceira, a catástrofe nuclear e crise econômica resultante da guerra Rússia x Ucrânia. Sugere COMISSÃO PELA PAZ, com países não envolvidos no conflito, para suspendê-la imediatamente e iniciar negociações. 

REINDUSTRIALIZAÇÃO, ELO PRINCIPAL

Na vida pessoal a busca é pelo ELO principal que nos une a outra pessoa. Na política ocorre o mesmo. A arte da política consiste em encontrar, se agarrar ao ELO principal.  No Brasil, o ELO principal é a REINDUSTRIALIZAÇÃO. Por quê? Redistribuição de renda, emprego, saúde, educação, moradia, fome, democracia são elos importantes, mas secundários diante da industrialização. O mercado prioriza a financeirização e forma uma bipolaridade. Moral da história: Lula sentiu o golpe com juros altos mantidos pelo BC defendido pelo mercado e bolsonarista alçado à presidência. O VOTO do Lula não vale, prevalece a economia do mercado. Manter juros altos impede crescimento da produção, crise na economia, aumenta a dívida interna, gera altos lucros aos rentistas e banqueiros pela venda dos títulos da dívida pública.

VOTO NÃO VALE

Cada país com sua agonia. No Brasil existe uma classe dominante (bilionários) ainda dependente do império, colonial, escravista. Difícil mudar. Acabou de se aliar ao neofascismo bolsonarista, mas perdeu a eleição. O novo governo recebe uma herança maldita, uma destruição total do país, com diversas armadilhas, entre elas a independência do Banco Central (BC), ou seja, venceu no voto, mas não na economia. Moral da história: Lula, presidente eleito, vira “rainha da Inglaterra”, governa, mas não manda. A elite do 1% insiste em contar historinhas, blá, blá, blá para justificar a medida, mas Lula já avisou “O povo que o elegeu está cansado de exploração, desigualdade, esperteza e pode não concordar”. 

CONJUNTURA

Em síntese conjuntura é a luta permanente entre duas classes. No capitalismo entre o capital e o trabalho. Luta longa que exige mudanças a cada momento quando a correlação de força e de classe se altera, se alterna. No Brasil, vem desde Cabral. Em 2023 muda. Oposição de centro-esquerda vence ELEITORALMENTE ultradireita apoiada pela direita neoliberal. Lula, vencedor, precisa rever sempre sua narrativa. Por quê? A conjuntura muda a todo instante. A destruição herdada tem dedo neofascista na democracia e neoliberal na economia social. É nesse terreno que Lula governa e age. Na posse de Mercadante, denuncia independência do BC, juros elevados que impede economia crescer e golpe dos ricos perdedores dia 8. Lula experiente vai sentindo as armadilhas, precisa denunciar e mudar. Afinal, seu voto não foi dos ricos, mas dos pobres.