19 de junho de 2010

VAZAMENTO DE PETRÓLEO

Obama compara o vazamento de petróleo ao 11 de setembro. As duas tragédias, segundo ele, modificam o comportamento dos norte-americanos. A comparação é infeliz. O 11 de setembro acirrou a desconfiança internacional pela busca da paz, serviu para fortalecer a indústria bélica dos Estados unidos e permitiu aos neoconservadores dominarem o mundo através do medo. O vazamento é um ato de incompetência do setor privado e de seus representantes contra a natureza e o homem.
Publicado na Folha online em 16/6/10

CONFRONTO

O embate entre a imprensa e o técnico de futebol da seleção brasileira não começou com Dunga. Vem desde 1950. As críticas não se resumem a liberdade de participação e informação, mas também ao aspecto tático e estratégico. Zagalo, após a vitória final, chegou a desabafar: "Vão ter de me engulir". Futebol é uma guerra. O general que revelar sua estratégia é ingênuo. Ganhando tem o reino do céu, perdendo o inferno.
Publicado na Agazeta online (Vitória) em 15/6/10

REPRESSÃO

Será que os governantes e a sociedade não percebem que a repressão ao tráfico ilegal de drogas é uma guerra perdida? Será que não percebem que o aumento do consumo vem crescendo numa progressão geométrica? Será que não percebem que é impossível colocar um policial em cada bairro, rua ou residência? O proibido, nesse caso, desperta interesse. Agravado que o consumo é tratado como doença, ou seja, pode consumir, mas não pode vender. Surrealismo tem limites.
Publicado no Diário de Natal em 14/6/10

PETRÓLEO

Barack Obama, presidente dos EUA, disse que quer saber quem foi o responsável pelo vazamento de petróleo do Golfo do México para chutar-lhe o traseiro. Uma declaração infeliz. Primeiro, porque até agora não descobriu o responsável; segundo, porque o país foi omisso pela falta de regulação da exploração de petróleo, a mesma falta de regulação que existe para o sistema financeiro; terceiro, porque é uma tragédia que envergonha a humanidade.
Publicado no Diário Catarinense em 13/6/10