Apesar da força e da repercussão nacional a
paralização dos caminhoneiros dificilmente conseguirá obter conquistas para a
categoria, prometidas pelo governo Temer. Primeiro, pelo contorcionismo da
proposta do governo, que ninguém conseguiu entender. Uma proposta que mistura
mentirês, enroladês, juridiquês, economês. Depois, a inviabilidade. Como
controlar preços de milhares de postos de gasolina, por todo o país? E, por
último, seu prazo de validade de apenas 60 dias (prazo da expiração de uma MP,
onde o Congresso dificilmente aprovaria em pleno processo eleitoral). Uma
medida que joga nas costas do eleitor e contribuinte todos os custos da
paralização. A única dúvida agora é o que é possível ainda fazer com um governo-cadáver?
Um fato político inédito na história. O que fazer e como lidar com um governo
zero de aprovação, onde até seus promotores o renegam?