As revelações de tortura do
coronel reformado da Polícia militar, Riscala Corbaje, chefe da tortura do DOI,
localizada na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, reafirma a tragédia que
representou o golpe militar de 64. Sob o argumento de enfrentar um inimigo violento
e perigoso (estudantes, operários, sindicalistas, etc, que reivindicavam o
retorno da democracia), denominados de subversivos e comunistas, os comandantes
militares das três armas, da PM e Polícia Civil usaram o Estado para matar e
torturar. Toda essa violência recebeu o apoio de setores empresariais, da
mídia, da igreja, da classe média alta. Todos anistiados e perdoados por uma
lei imposta, mas aceita por políticos da época. O mais grave: referendada pelos
ministros do STF, quatro décadas após. Essa covardia geral das elites é uma
mancha na história da impunidade do Brasil.