24 de maio de 2013

DESCRIMINALIZAÇÃO OU LIBERAÇÃO GERAL DAS DROGAS?


O preconceito religioso, a hipocrisia, o conservadorismo e o medo de setores da sociedade dificultam enxergar a realidade na questão das drogas: uma expressiva maioria de mortes (assassinatos) não decorre do consumo, mas do comércio. Outra questão grave: os bilhões de dólares clandestinos movimentados pelo tráfico estão fortalecendo e criando, cada vez mais, criminosos brutais com parcerias na política, na justiça, na polícia, nos bancos e na produção. Cresce a influência na gestão de unidades federativas. A proibição da venda de drogas impede identificar o usuário, a quantidade consumida e o tratamento a ser aplicado. Outra questão subjetiva, mas que existe: tudo que é proibido atrai mais. Finalmente a mais cristalina, real e histórica contradição dessa política de repressão: na década de 30, enquanto proibida (lei seca), a bebida alcoólica provocou crescente e brutal violência na sociedade. Liberada cessou a violência. Para corrigir todas essas distorções somente a liberação geral de todas as drogas que seriam  vendidas em farmácias. Pouco ou nada vai adiantar descriminalizar uma ou outra droga e só um lado, o consumo. Há, argumentam alguns, vai aumentar o consumo. Mas como vai aumentar se o usuário e o consumo atualmente encobrem-se no anonimato? A trajetória da droga ilícita seguirá a mesma das drogas lícitas (tabaco e álcool): controle e prevenção. Aí sim, com religião, psicólogo, remédio, etc.