Lendo as entrelinhas da grande
imprensa não é difícil constatar a farsa de que o Papa Bento XVI tenha
renunciado exclusivamente devido à idade ou mesmo à saúde. A igreja católica
está longe de ser uma ilha com seu um bilhão e duzentos mil seguidores. Bento
XVI é um neoconservador, não apenas na receita para a preparação da alma de
seus fiéis (os pobres) para eternidade, como na preservação das regras da
economia e da política mundial atual (os ricos). Trata-se de um poderoso agente
das elites dominantes. A estratégia é conhecida: um passo atrás, dois à frente.
Recua com a renúncia, mas avança nas próximas décadas indicando seu sucessor.
Bento XVI pretende imprimir a mesma evangelização dos petencostais: Deus, Deus,
Deus e ponto. O resto é materialismo do demônio. A classe dominante agradece e
entrega aos seus serviçais e agentes (a grande mídia) a precípua tarefa de
manipular a ingênua opinião pública.