29 de setembro de 2012

A HIPOCRISIA DO VOTO DE GILMAR MENDES


O ministro Gilmar Mendes na sua leitura sobre o mensalão faz algumas considerações: “recursos não contabilizados é um eufemismo, pois foi adquirido através de crime. Não se trata de formalidade legal para obter apoio dos parlamentares. São recursos a margem do processo eleitoral. Esses recursos não tinham origem de partidos políticos, mas da iniciativa privada. Partido aliado votava com o governo e desfigurava seu programa. O apoio político existiu. As despesas de campanha era para a base eleitoral, mas não para a campanha. Pesquisas e apoios podiam ou não estarem sendo utilizados. Não importa, a irregularidade está em receber para exercer o mandato. Acordo sim, barganha não”. O que choca e revolta nas considerações desse julgador é a hipocrisia, a falta de autoridade para condenar alguém. A sua vez vai chegar, espera-se. Dizer que o dinheiro era da iniciativa privada (ele, a oposição e seus meios são contra o financiamento público), dizer que é crime o partido votar com o governo, pois desfigura seu programa é piada. Quando PP e PTB vão deixar de ser conservador? Como os recursos foram obtidos através do crime? Que crime? Droga? Caça níquel? Assalto? Não. Através de empréstimos recebidos com cheques ou em espécie em bancos legais.
Qual o crime do banco querer dar o dinheiro? A irregularidade é não declarar, mas e daí? Qual a campanha eleitoral no Brasil que não recebe sem declarar o doador? São muitas as hipocrisias. Só mesmo pessoas inocentes politicamente, ingênuas e de boa fé não veem dois pesos e duas medidas em tudo isso. Corrigir sim, mas se aproveitar politicamente (antes do processo eleitoral) para destruir um governo e seu partido, reconhecido nacional e internacionalmente como um modelo de 3ª. via, porque contraria seu projeto ganancioso e neoliberal que está levando o mundo para a destruição e  o caos, é que é crime.