A história do Brasil é a história do latifúndio. Portugal dividiu o Brasil em 12 donatarias e doou aos nobres para que explorassem. Só duas vingaram. Mas, prevaleceu, até hoje, a cultura da donataria, do coronel que manda e desmanda na terra. Mesmo com o fim da República Velha, Getúlio não derrotou esse poder. Ao contrário, fez concessões (CLT não chega ao campo). O pós-Getúlio, a ditadura militar e a Constituição de 88 mantiveram esse domínio latifundiário. O Brasil é um dos poucos países onde a reforma agrária jamais aconteceu. Agora surge a história da reforma do Código Florestal, que envolve a relação de domínio político do agronegócio (latifúndio), agricultura familiar (pequeno produtor) e ambientalista. Advinha quem tem maioria até hoje no Congresso? Getúlio dizia que nada melhor que um conservador na agricultura para conseguir algumas mudanças junto aos latifundiários. Nesse momento, há uma inversão política: nada melhor para os latifundiários (agronegócio) do que um comunista relator (Aldo Rebelo), para conseguir manter todos seus privilégios.
Publicado no blog Hoje em Dia em 8/5/11
