27 de janeiro de 2009

BANCOS

É impressionante o poder dos bancos no capitalismo: elevados lucros privados na maré alta e ajuda com dinheiro público na crise. São intocáveis. Não existe regulação ou regulamentação. O Poder Legislativo omite-se e o Executivo lava as mãos. No Brasil, o spread bancário é um escárnio, um assalto. A oposição e seus meios escandalizam-se com juros de 13,75% fixados pelo Banco Central, mas calam-se com os juros impostos pelos bancos, que atingem 150%. Justificam a inadimplência. Não admitem perdas e riscos. Antecipam e cobram da sociedade um provável calote. Imagine se toda cadeia produtiva adotasse essa concepção. O mais grave: parte do dinheiro manipulado por eles é do cliente. Tarifa abusiva e atendimento péssimo completam as mazelas. Infelizmente só uma crise pode mudar essa deformação.
Publicado na Folha Online em 4/12/08